Entregue como presente para o povo de Aracaju na tarde de 17 de março de 2015, data em que a cidade comemorava 160 anos, o Senac Bistrô Cacique Chá completa dois anos e vem sendo cada vez mais frequentado pelos apreciadores de boa gastronomia e arte. Além de um cardápio assinado pelo chef Frederico Souza e equipe, que traz os sabores da culinária sergipana e contemporânea, o espaço oferece o resgate cultural da história contemporânea de Sergipe, com o acesso ao Memorial Jenner Augusto, que apresenta ao público obras do renomado pintor sergipano, considerado um dos maiores ícones das artes plásticas do período modernista do Brasil.
Restaurado pelo Governo do Estado e reinaugurado sob o comando do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac, o Cacique Chá teve sua reabertura prestigiada e comemorada por diversas personalidades sergipanas, a exemplo do governador Jackson Barreto e do ex-prefeito da capital, João Alves Filho.
À época da reinauguração, o presidente da Fecomércio, Laércio Oliveira, enalteceu o resgate feito a um dos mais importantes estabelecimentos gastronômicos de Aracaju que, desde 1949, é ponto de encontro de políticos, pensadores e artistas renomados. “Por concentrar a nata da sociedade de Aracaju, o Cacique Chá foi cenário de vários debates contemporâneos. Em suas mesas, muitos dos pensadores de Sergipe idealizaram e realizaram transformações no universo político, social e cultural, algumas das quais permanecem até hoje. Após ser reformada pelo Governo do Estado, esta casa abre mais uma vez as portas. A partir de agora, nesse cenário tão especial, mais uma unidade do Senac vai capacitar os alunos dos cursos de gastronomia e turismo. A excelência da obra de Jenner Augusto une-se à excelência do padrão Senac de ensino”, declarou.
Retomada
Segundo o gerente do estabelecimento, professor Evandro Kfoury, a retomada do Cacique Chá começou um ano antes, com o dimensionamento de equipamentos, móveis, utensílios, equipe, desenvolvimento de cardápio, dentre outras atividades. “Fizemos toda a montagem e entregamos o Cacique Chá no dia e hora marcados, pois era desejo de Laércio Oliveira e Paulo do Eirado que o restaurante fosse entregue no dia do aniversário de Aracaju, como um presente para os aracajuanos”, disse.
O gerente mineiro conta ter se interessado pelo espaço muito antes de ser convidado para gerenciar o local. “Passei por aqui em 2005 e fiquei impressionado em como restaurante estava decadente, ocioso. Nos anos áureos do Cacique, esse estabelecimento era o mais respeitado da cidade. Hoje não é diferente. Conseguimos resgatar o que o Cacique Chá inspira de melhor para o povo de Aracaju. Posso afirmar categoricamente que o Cacique voltou a ocupar um espaço muito importante na cultura e na gastronomia de Aracaju e tem tido, normalmente, a casa cheia à hora do almoço”, afirmou Kfoury.
O professor lembra, ainda, que o estabelecimento conta com um auditório onde podem ser realizados eventos para até 70 participantes. “A sala conta com toda a estrutura para cursos, oficinas, palestras, workshops. E o aluguel é negociado caso a caso, pois se o contratante combinar com a gente o coffee-break ou o almoço, pode ser oferecido um desconto ou até mesmo a isenção do pagamento do aluguel do salão”, explicou.
Espaço democrático
Nos últimos dois anos, o Cacique Chá voltou a receber antigos frequentadores. É o caso do jornalista e professor universitário Alan Barreto, que foi cliente do restaurante na década de 80 e, após muitos anos, redescobriu o prazer de frequentar o local. “Me reunia aqui com amigos ligados à política e jornalistas. Aqui era um espaço muito democrático. Todo o tipo de gente convivia aqui. Redescobri o Cacique Chá na semana passada com alguns amigos. Esta é a segunda vez que venho desde então. Recomendo pela boa comida, atendimento, higiene, pelo espaço refrigerado. Sem dúvidas é um ambiente muito aconchegante”, destacou o jornalista.
Recomendação
A funcionária dos Correios, Suely Andrade, também foi cliente do Cacique em outras décadas, mas ainda não havia estado no restaurante desde a reabertura. Acompanhada pela filha Vanessa, Suely almoçou no Cacique Chá seguindo a recomendação de uma outra filha. “Ela me disse que eu precisava vir conhecer o novo Cacique Chá. E eu estou achando o ambiente agradável, acolhedor, também gostei do atendimento. Foi muito importante esse resgate do Cacique Chá, sem dúvidas. Já sei que, sempre que vier ao centro, vou almoçar aqui”, declarou Suely.
Missão
Para Paulo do Eirado, diretor do Senac, a instituição se orgulha em ser, nos últimos dois anos, a mantenedora do Cacique Chá. “O Senac se sente muito orgulhoso em administrar aquela casa e ofertar o acesso da população não só ao restaurante, mas ao Memorial Jenner Augusto. Esse é um dos motivos que nos animam a manter e a prosperar. Acontece que esses dois anos foram anos da crise em que o Brasil mergulhou, de maneira que é um desafio grande fazer do Cacique uma entidade plena em termos de viabilidade econômica. São difíceis os obstáculos. Mas, acima de tudo, está o apreço, o amor, especialmente do nosso presidente, Laércio Oliveira, em relação a Aracaju, com aquele acervo e aquela grandeza da arte e da cultura que nós temos em mãos. Então, nossa missão vai muito além de um simples balanço de natureza econômica. É cultivar e cativar o nosso aracajuano com aquele belíssimo espaço que está à disposição de todos”, disse o diretor.