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Instrutor do Senac percorre 36 km para dar aula em comunidade indígena

Presidente e diretor estiveram na Ilha de São Pedro, em Porto da Folha, e conheceram a história de um instrutor que não mede distância para compartilhar conhecimento
Instrutor do Senac percorre 36 km para dar aula em comunidade indígena

De segunda a sexta, o jovem estudante de direito Ramon Cruz percorre cerca de 36 km, da casa em Pão de Açúcar, município de Alagoas, para a comunidade Xokó em Porto da Folha, Sergipe. Boa parte do caminho é por estradas de barro.

comunidadePara o instrutor de informática contratado pelo Senac Sergipe, a rotina é corrida, pois pela manhã Ramon está concluindo o estágio curricular para graduação. De lá, por volta das 12h30, segue para a aldeia Xokó, onde ministra aulas nos turnos tarde e noite.

“Saio da aldeia geralmente às 22h30 e chego em casa por volta de meia noite. Muita gente pergunta por que faço isso, se não é puxado. Quando recebi o convite, não hesitei em aceitar por ser Senac e por poder trazer conhecimento para os indígenas. Venho com prazer, pois sou da aldeia, sai quando tinha três anos de idade e vir aqui dar aula é colaborar com a tribo da qual faço parte, apesar de morar em outro lugar atualmente. Agradeço muito ver o empenho dos alunos”, declarou o instrutor, contratado, por meio da unidade do Senac de Nossa Senhora da Glória.

A história de Ramon é inspiradora e reconhecida por alunos, que agradecem a oportunidade de estudar na própria comunidade.

“Sou da comunidade Xokó e está sendo uma maravilha fazer o curso de informática básica, ofertado pelo Senac, aqui mesmo, tendo Ramon como instrutor. É um orgulho muito grande, porque antes tínhamos uma dificuldade enorme, pois tínhamos que sair daqui da aldeia para ir para a cidade fazer um curso. Saíamos daqui de barco, 16h, para Pão de Açúcar, e quando chegávamos já era meia noite, com fome e sono. E hoje temos o curso dentro de casa”, declarou Marta Apolônio.

comunidadeAcompanhados pelo gerente da unidade do Senac de Nossa Senhora da Glória, Edilson Santos, o presidente do Sistema Fecomércio Sesc-Senac, Marcos Andrade, e o diretor Regional do Senac, Nilson Lima, foram visitar a aldeia e conversar com o instrutor e alunos. Eles foram recebidos pelo cacique Bá Xokó e a esposa, Daniely Silva dos Santos Lima.

“Quero agradecer, em nome de toda a aldeia, por estar realizando este curso aqui dentro na nossa comunidade. Está sendo de muita valia para a nossa nação indígena. O curso de informática foi um pedido dos índios, para poder fazer concurso. E acredito que este será a porta para muitos outros, para preparar os índios e as índias para a modernidade e para o trabalho”, destacou Bá Xokó.

“Podem contar sempre com o Sistema Comércio, para realizarmos mais ações, qualificar esses jovens indígenas. Queremos que essa turma finalize o curso com orgulho, lembrando sempre do Senac. É nossa obrigação, fazer mais e melhor por todos os sergipanos, principalmente para os que residem nos locais mais distantes. A meta da nossa gestão é interiorizar as nossas ações”, enfatizou Marcos Andrade.

O diretor Regional do Senac destacou que o curso gratuito ofertado na aldeia, segue o padrão nacional do Senac.

“Vocês estão fazendo um curso de informática com um padrão de qualidade dos maiores centros do país. Esse é o trabalho que nós do Senac levamos às comunidades. É gratificante poder ver de perto, o quanto uma qualificação prepara indígenas, na aldeia mesmo, para disputar mercado ou até mesmo montar seu negócio próprio. O mundo não tem fronteira para quem estuda e se qualifica. Mais cursos serão ofertados aqui”, informou.

Após conversar com os alunos, a comitiva do Sistema Comércio foi levada por crianças e adultos, ao som de ritos indígenas, para a igreja da aldeia, onde estava sendo realizado o Encontro de Mulheres Indígenas de Alagoas e Sergipe. No local, acompanharam a apresentação do Toré, ritual tradicional das comunidades indígenas do Brasil.

comunidade

 

 

O Sistema S do Comércio é composto pela Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio em Sergipe. A entidade é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que está sob o comando de José Roberto Tadros.

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