O protagonismo feminino se faz presente hoje em todos os setores da economia. Em alguns locais, mulheres exercem cargos em diversos patamares do organograma e se desdobram para conciliar a vida familiar com a profissional, a exemplo do Senac/SE, onde atualmente elas são maioria. Num universo de 326 colaboradores, 183 são mulheres. Uma delas é a gerente do Núcleo de Contabilidade e Finanças (NCOF), Acácia Oliveira, que começou a trabalhar no Senac como auxiliar administrativo em 2013.
“Trabalhei no Setor de Atendimento por 1,8 ano, quando me formei em Contabilidade e fui transferida para o setor contábil em 2014. Quatro anos depois fiz um processo seletivo interno e fui promovida a analista contábil. Há um ano exerço a função de gerente de Núcleo do setor de Contabilidade e Finanças. O Senac tem plano de carreira e me sinto orgulhosa em fazer parte do Sistema S, que permite estar me atualizando na minha profissão, todos os dias”.
A rotina é puxada, mas Acácia “se vira nos 30”, como ela mesmo afirma, para cuidar do trabalho, da casa, da família, da mente e do corpo. “Durante a semana a noite procuro cuidar da alimentação, deixar tudo pronto para o dia seguinte e finais de semana, hora de organizar a casa e passear em família. Graças a essa capacidade que nós mulheres temos de organização, de agilidade, inteligência e de lidar com várias coisas ao mesmo tempo, estamos ocupando cargos profissionais de alta relevância. Lugar de mulher é onde ela quiser”.
Para a instrutora de moda, Karinne Sá, que há três anos faz parte do quadro funcional do Senac, a rotina da mulher atual caminha lado a lado com a do homem, conciliando trabalho, casa, estudo e lazer. “Família é parte importante da vida do ser humano e tem um papel de suma importância, como o também o trabalho, que faz diferença em vários âmbitos que a mulher ou o homem ocupa. Ambos têm papéis igualitários na minha vida. A mulher é um ser sociável, responsável e extremamente capaz. Ela tem o dom de fazer a diferença e tornar os desequilíbrios sociais inexistentes”, falou Karinne, reforçando o papel transformador da sociedade que a mulher tem. “A mulher conquistou, e conquista a cada dia, o seu espaço no mercado de trabalho. Vejo isso como um ponto bastante positivo e transformador, pois as mulheres são atenuantes na formação da sociedade tanto dentro da família como em espaços sociais de relevância, a exemplo da educação e dos direitos humanos, onde realizam transformações com grandes impactos sociais”.
Este mês, a técnica no segmento de Gastronomia, Marta Moreira, mãe de Gabriel – 20 anos, Eduardo – 15 anos, Valentina 2,9 anos, completa nove anos de trabalho no Senac, onde começou como instrutora de formação profissional.
“Assim como todas as mulheres que se tornam protagonistas das suas histórias, o meu dia a dia é corrido, dividido entre casa e trabalho, mas tento usufruir com leveza. A mulher encontrou espaço no mercado de trabalho e não está restrita apenas ao lar. É amiga, mãe, filha, esposa. É a rocha de sustentação da relação familiar, carrega consigo leveza, luz e alegria aos ambientes que frequenta”, destacou Marta, frisando que não é fácil para quem é mãe sair de casa e deixar os filhos. “Dá sempre um aperto no peito, principalmente quando eles estão doentes. Mas quando chego em casa o momento é só nosso. Tento mostrar aos meus filhos que sair para trabalhar é normal, pois é a conquista da minha autonomia. Hoje, temos liberdade de expressão, domínio sobre o nosso corpo, nossas ideias e posicionamentos. Deixamos de ser coadjuvantes para assumir um lugar diferente na sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades, dando voz ativa a senso crítico”.
Erivânia Farias Santos, 48 anos, começou a trabalhar aos 18 anos para ajudar os pais, depois para sustentar a família. Hoje, separada, com um filho casado e outro adolescente, continua a rotina que, segundo ela, é igual a de toda mulher. “Trabalhei em casa de família e hoje sou de uma empresa terceirizada que presta serviço no Senac, onde trabalho há seis anos. A minha rotina nunca foi fácil, mas como toda mulher, sempre trabalhei e cuidei da família. Tenho dois filhos, Jefferson, que hoje tem 27 anos, e Felipe, que está com 18. Gosto de trabalhar e sei da minha importância como mulher, que ajuda os pais, filhos, marido e se cuida”.
Maria Isabel de Assis Lima, 57, faz parte da família Senac/SE deste 1997, cedida pela Prefeitura de Itabaiana, onde começou como coordenadora pedagógica e é gerente da unidade do Senac da cidade há mais de 20 anos.
“Nessa trajetória, a cada dia temos um novo aprendizado, troca de informações e experiências. A rotina é corrida para conciliar o trabalho com a família, que acaba ficando muitas vezes de lado, os filhos muitas vezes precisam da mãe, que não está presente. A mulher que trabalha, muitas vezes falta aos eventos de família, mas mesmo com essa adversidade, meus três filhos estão criados, uma já formada e dois se formando”, relatou, lembrando que essa é uma realidade da maioria das mulheres. “A mulher é competente, qualificada, ocupa cargos de liderança, se destaca em vários setores, como na política, na economia, na ciência, ela empreende e a cada dia avança na conquista de espaços que podem ser dela.
A gestora destaca ainda que a mulher tem cinco diferenciais que contam a favor dela no mercado de trabalho. “Resiliência, multitarefas, comprometimento, criatividade e flexibilidade. A cena de que mulher era para ficar em casa, cuidar de filhos e trabalhos domésticos, ficou no passado. No Senac mesmo, temos mulheres que fazem curso de eletricista e bombeiro hidráulico e se destacam, como sempre”.
Jucileide Dultra dos Santos, iniciou sua vida profissional no Senac/SE como telefonista há 29 anos, função que ocupou por três anos. “Depois surgiu uma vaga como assistente administrativo, onde passei pelo atendimento, depois pela secretaria escolar e pela Coordenação Pedagógica. Neste período, estava fazendo a faculdade de pedagogia, que me permitiu assumir a função de analista de processo, que exerço atualmente, no eixo de beleza. O meu esposo sabe que o Senac é minha segunda família e consegue compreender o meu trabalho. Faço algo que amo de verdade”.
A pedagoga ressalta que até os dias atuais, a mulher exerce um papel de desbravamento. “Já conseguimos muitas conquistas, mas continuamos com o papel de mostrar que somos mulheres, somos femininas, temos talento e condição de ocupar funções, de ser o que queremos ser, sem perder a nossa essência, de gerar uma vida dentro dela, de ser fortaleza sempre. Mulher é força e corre atrás do que ela deseja, do que ela quer”.