Um dia de imersão sobre a importância da educação profissional, que reuniu educadores de diversas instituições e entidades do Estado, alunos e pessoas interessadas no tema, na quarta-feira, 9, durante I Seminário Internacional de Educação Profissional de Sergipe, promovido pelo Senac, no auditório José Hilton Ribeiro, da unidade de Aracaju. Organizado pelo Núcleo de Implementação e Desenvolvimento Educacional (NDIE), o evento contou com a participação de palestrantes sergipanos, do país e de Portugal.
“A educação profissional expressa o desenvolvimento de habilidades essenciais para fornecer uma resposta rápida às demandas exigidas pelo mundo do trabalho. O Senac, como a maior instituição do país na formação de profissionais de nível técnico, assume o seu protagonismo nessa discussão. Este seminário aponta como um divisor de águas em Sergipe, para debatermos sobre a amplitude da formação técnica e profissional”, disse o diretor Regional em exercício do Senac Sergipe, Manuel Leal na abertura do evento.
Representando as Instituições de Ensino Superior- IES, o reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), o professor doutor Valter Santana, ressaltou que desenvolvimento de um país passa por investimentos na educação.
“Quando falamos em educação, entendemos que a profissional é um pilar extremamente importante que está conectado com as necessidades e os anseios da sociedade. E essa inter-relação entre o ensino básico e fundamental, a educação profissional e a superior, migrando ou caminhando dentro de um mesmo norte, é o que fará com que nosso país e nosso estado, se transformem e evoluam. Parabenizo a Fecomércio, o Senac, a todos os organizadores, por realizarem este evento e que continuemos juntos, transformando nossa sociedade pela educação”.
“É extremamente importante discutir educação profissional, trocar experiências, somar esforços para ampliar a oferta de educação profissional no nosso Estado. O MEC fez uma consulta pública e 80% dos jovens que participaram, demonstraram interesse pela educação profissional. A imprensa divulgou recentemente que investir em educação profissional tecnológica aumenta o PIB do Brasil. Se conseguirmos triplicar a oferta, esse aumento chegará a 2.32% do PIB. Nesse cenário, a discussão trazida por este seminário é de extrema importância”, reforçou o pró-reitor de Ensino e reitor em exercício do Instituto Federal de Sergipe (IFS), o professor doutor Alysson Barreto.
O presidente em exercício do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac, Carlos Henrique Nascimento, destacou a importância social da educação profissional.
“Todos aqui estão construindo juntos um projeto para o futuro da educação profissionalizante em Sergipe. O ensino profissional é uma oportunidade da pessoa de ter uma qualidade de vida melhor, de ter dignidade. Quantas pessoas chegam à margem da sociedade e saem daqui profissionais? De todos os níveis. Então é isso que o Sistema S e o Senac fazem. Este é um projeto que vamos aprofundar”.
Trabalho e educação profissional
A primeira mesa redonda apresentou o tema “Trabalho e Educação Profissional”, com os mestres doutores Jacinto Jardim, docente da Universidade Aberta/Portugal; João Lago, da Secretaria de Estado da Educação, e o superintendente de Educação Profissional e Superior do Departamento Nacional do Senai, Felipe Esteves. O debate foi mediado pela gerente do NDIE, Cristiane Tavares e o analista educacional Rafael Ramos, coordenadores do evento.
“Dentro da perspectiva da Educação Profissional temos grandes desafios. A estimativa é de criação de 4 milhões de vagas de empregos, para professores de educação profissional, para os próximos cinco anos. Apesar disso, uma pesquisa revela que 47% dos jovens desconhecem o que é educação profissional”, enfatizou Felipe Esteves.
“A educação profissional precisa desenvolver competências hoje para que os jovens se tornem empreendedores e bem-sucedidos amanhã. Os jovens da atualidade são digitais, entendem o mundo on-line, mas será que eles estão preparados para encarar os desafios emocionais e éticos que este mundo digital apresenta? Precisamos pensar fora da caixa, de modo criativo. O mercado de trabalho exige cada dia mais que os profissionais também tenham competências emocionais”, destacou Jacinto Jardim.
“É importante destacar a racionalização da sociedade, como ela se organiza materialmente para garantir a sua subsistência. Essa temática está diretamente relacionada com o que estamos discutindo dentro da nova realidade digital. Hoje ouvimos a expressão Educação 4.0, que forma perfis atendendo às necessidades de mercado. A revolução tecnológica afetou o sistema educacional no mundo inteiro, mas ainda não temos uma tecnologia adequada para formar esses perfis, na mesma velocidade que a era digital exige”, pontuou João Lago.
Competências
As marcas formativas do Senac, pensadas dentro das atuais exigências de mercado, também foram trazidas para discussão durante o seminário, durante a palestra da mestra em Educação Escolar e responsável técnica pelo Modelo Pedagógico Departamento Nacional do Senac, Thabata Franco.
“O modelo pedagógico tem a representação das Regionais de todos os estados, pensado por todos, com a coordenação do Departamento Nacional, trazendo toda a bagagem e experiência de décadas de Educação Profissional. Esse trabalho é para podermos consolidar as práticas e difundi-las nacionalmente. Já é uma realidade, que sempre estamos atualizando com todos os Senac’s. É uma ação criativa, que aprimora o nosso modelo constantemente”.
Doutora em Educação, diretora de Educação Profissional e Superior do IFS e professora da graduação e do mestrado em Educação Profissional e Tecnológica, Elza Ferreira Santos destacou a necessidade de cursos para formar professores de educação profissional no Brasil.
“Entidades como o Senac, o IFS, que têm educação profissionalizante, existem há décadas. Mesmo assim não existe no país, cursos para preparar educadores para serem professores da educação profissional. O Brasil precisa saber o que é educação profissional. Defendemos a cooperação entre os entes, empresas, escolas, instituições etc., para mudar essa realidade”.
O seminário contou ainda com a apresentação dos eixos profissionais existentes no Senac Sergipe – gastronomia, saúde e segurança, moda, tecnologia da informação, gestão de negócios, beleza, e turismo – feita pelo responsável técnico de cada área.
“Quero agradecer a participação de todos. Foi dada a largada para o desenvolvimento de uma cultura organizacional, voltada para o fortalecimento da educação profissional, através de pesquisa, de discussão, de escrita, de estudo sobre a educação profissional em nosso estado. Foi um dia bastante enriquecedor”, finalizou Cristiane Tavares.
O Sistema S do Comércio é composto pela Fecomércio, Sesc, Senac e Instituto Fecomércio em Sergipe. Presidida por Marcos Andrade, a entidade é filiada à Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que está sob o comando de José Roberto Tadros.